A Embaixada da França em Lisboa abre as portas do Palácio de Santos

Palácio de Santos Lisbonne

                                                   Visitas públicas em francês e português

O palácio de Santos, mais conhecido como a Embaixada de França, está agora aberto a visitas. Uma iniciativa que lhe permite descobrir um dos mais belos palácios de Lisboa, até agora reservado para cerimónias e assuntos diplomáticos.

À primeira vista poder-se-ia pensar que este é um palácio muito clássico. No entanto, sem ser excessivamente exuberante, esconde originalidades que são muito agradáveis de descobrir.

A iniciativa de organizar visitas guiadas é, portanto, bem-vinda. São limitadas no tempo e no número de pessoas, mas é uma oportunidade única de descobrir o palácio, também conhecido como Palácio dos Abrantes

Palácio de Santos

                             De Convento à Embaixada, mistérios e beleza do Palácio de Santos

O palácio de Santos é construído sobre o antigo convento que lhe deu o nome. No final do século XV tornou-se uma residência real para o casamento do Rei D. Manuel I. (rei que casou três vezes).

No entanto, é a família Lencastre que dará o aspecto actual do Palácio de Santos. Em particular os grandes e notáveis salões, um dos quais foi utilizado para música e o outro como sala de jantar, uma inovação.

As alegorias mitológicas, estuques e murais são típicas do século XVIII.

A família Lencastre e os seus sucessores foram bem sucedidos para dar à casa o esplendor que lhe faltava. Nas paredes, alegorias, tapeçarias – representação de Luís XIV – e no chão, sumptuosos tapetes de Arraiolos feitos por encomenda.

É em 1909 que o Palácio de Santos se torna francês. Depois passou a ser Embaixada de França a partir de 1948.

Alias esta função continua a ser esta. E a decisão de mostrar o Palácio demonstra o desejo da Embaixadora Florence Mangin

                                                     As riquezas dos Lencastre, o ouro da República.

O palácio de Santos também vale pelos seus jardins. Eles debruçam-se sobre o Tejo. Diz-se que o rei D. Sebastião teve ali a sua última refeição, antes da batalha de Alcácer Quibir, onde ele morreu. Ou talvez não… o mito é belo, aquele do regresso, um dia, do jovem rei para tomar as rédeas do destino. A mesa de pedra no jardim onde ele teria tomado o seu último prato vale todas as lendas dos cavaleiros e da mesa redonda.

Além disso, devido à proximidade do Tejo, é fácil de imaginar o nevoeiro de onde surgirá a silhueta do monarca de 15 anos de idade. Acima de tudo, trata se de uma bela lenda que confere magia ao lindo jardim da Embaixada de França.

No Palácio de Santos está escondida uma maravilha, a sala de porcelana. Uma originalidade que não tem igual em nenhum outro lugar.

Uma magnífica colecçao de pratos de porcelana chinesa datada do século XVIII, dispostos no tecto da pequena sala. Uma curiosidade que acrescenta encanto à visita do Palácio. Uma decoração improvável a não perder.

A sacristia da capela, espantosa, contém azulejos de Vieira da Silva, notáveis para o local.  Os cordões representados nos azulejos são muito originais. É de notar que o seu motivo foi utilizado para o tapete de Arraiolos na sala de música.

Palácio de Santos à Lisbonne

                                                           O Palácio de Santos aberto ao público

A organização das visitas é da responsabilidade de Patrimonium, uma empresa com vocação cultural e patrimonial. As visitas são semanais, alternando entre francês e português.

Assim, devido às restrições ligadas à situação da covid 19, as visitas são limitadas a 10 pessoas.

Podem ser visitados sete divisões e salas, assim como os jardins.

As visitas podem ser marcadas no site de Patrimonium https://patrimonium.pt/.

www.lisbonne-affinités.com recomenda esta visita.

Preço para adultos: 12 euros. Crianças: 6 euros